Segunda Transformação
(Independência e Determinação)
Bem, depois de um breve, mas agitado caminho, chegamos à segunda transformação. Vocês podem se perguntar: por que só duas cartas nesta transformação, enquanto tínhamos seis na anterior? Bem, porque neste caso lidar com estas duas cartas vai nos dar mais trabalho do que lidar com as seis anteriores.
Quando chegamos neste ponto já ultrapassamos o que a sociedade considera como sucesso. Já temos o “sucesso social”. Crescemos e entramos no mundo adulto com a ideia que ter sucesso nos nossos empreendimentos (sejam bons empregos ou trabalhos por conta própria) é a meta final. Como muito, junto com o sucesso no trabalho, temos que conseguir manter nossa família feliz. É só isso? Basta com isso? A prática mostra que não. Temos muitas pessoas infelizes que são muito bem sucedidas na parte material (todos nós conhecemos alguém assim)... e também o caso oposto (pessoas que têm famílias felizes, mas sofrem no mundo do trabalho). Como fazemos para equilibrar as duas coisas? (essa pergunta foi feita para mim umas duas semanas atrás por uma amiga, que tem muito sucesso no trabalho, mas a família...). Bem, o processo é longo, mas podemos começar com esta transformação. Nela vamos aprender a fazer escolhas e tomar o controle da nossa vida.
Comecemos pela carta do Enamorado. Ele tinha que tomar uma decisão entre duas mulheres. Na nossa vida diária, pode ser entre duas mulheres, dois trabalhos, duas possibilidades de algo, de algo que queremos ou de algo que temos, frente a que? Geralmente é frente a algo que fomos ensinados que é a escolha correta! Como assim? A escolha costuma ser entre algo que desejamos ou temos e algo que nossa sociedade diz que é a escolha certa. Querem exemplos? Escolher entre o negócio próprio (por vezes não tão fácil nem tão lucrativo) e um emprego numa grande multinacional. Tinha um amigo que queria vender a empresa dele (bastante grande, por sinal) e prestar concurso para auditor da Receita Federal. Nada contra, mas você já tentou se adaptar a um cargo burocrático depois de ser dono da sua própria empresa e controlar mais de 40 funcionários? Uma vida de desafios contra uma vida certa e regrada... não preciso ser mago para dizer que em 90% das vezes não da certo. Ou um clichê comum: o retorno do ex-marido (ou ex-namorado, ex-mulher, volta ao antigo emprego, etc.). Revisando os casos conhecidos podemos comprovar que poucas vezes isto dá certo. A maioria dos casos termina numa segunda separação, mais brigas, mais sofrimento. Mas o clichê é tão forte que num caso desses muitas pessoas sentem uma enorme pressão para “dar uma segunda chance”. Por que você vai se separar? –pergunta a família-. Não está bom assim? Não reclama, tem coisa pior por ai... Ou também podemos ouvir: “Você vai deixar esse emprego ótimo? Não sabe como está difícil o mercado de trabalho? E você vai desperdiçar uma boquinha dessas? Crie juízo, cresça!” Mas o emprego está acabando com nossa paciência e nossa saúde...
Por que não o caso contrário? Algumas vezes a separação foi empurrada por fatores externos (família que não gosta do genro ou nora, diferenças religiosas, etc.). Por mais que as pessoas tentam, as pessoas em volta infernizam o tempo inteiro e eles terminam se separando. Esse é o caso inverso. Assim que os amantes tentam se encontrar, as famílias se mobilizam para impedir. Nesse caso para conseguir tomar a decisão correta fica difícil...
Esses casos são só ilustrativos. Todos os dias vemos pessoas tendo que tomar decisões e sofrendo um monte de pressões no processo? E ai???
Qual seria a condição ideal para tomar uma decisão? Tempo suficiente, ambiente tranquilo, amigos fieis e bons conselheiros. Paz interior. Nada disso está presente na nossa sociedade. Geralmente você vai tomar a decisão empurrado por um monte de fatores e pessoas gritando a sua volta! A sua família opinando, seus amigos opinando, seu chefe opinando... o cachorro latindo! Os clientes gritando, o gerente do banco te avisando que você estourou o cheque especial... Todos eles, o mundo inteiro, parece estar gritando a sua volta e te empurrando numa certa direção. Agora você reconhece o anjo com o arco e a flecha nas costas do enamorado, empurrando a decisão dele? Fica difícil decidir com tanto barulho em volta, mas essas são as condições com as que você vai ter que trabalhar. Mas você não está lendo isto para ouvir que não tem saída, certo? E eu não vou dizer isso. Vou te mostrar o caminho das pedras...:)
Vamos ver o que você pode fazer nestes momentos. Antes de mais nada, entenda que você precisa um tempo para se tranqüilizar. Pense em passar um final de semana sozinho em algum lugar. Mas se isso não for possível, tente se apoiar em algum amigo ou familiar que seja mais tranquilo. Se não souber o que decidir, não decida nada no momento (e não dê explicações. Descobri que essa é uma excelente alternativa quando você é pressionado para tomar uma decisão. Como gosto de ter tempo, se sou pressionado fico olhando para a pessoa e não falo nada. Ai as coisas começam a se acalmar).
E em todos os casos entenda que, finalmente, você vai tomar uma decisão que vai ferir alguém. Vai ter de ser forte e entender que algumas pessoas vão ficar desapontadas pela sua decisão. Parece fácil de dizer... saiba que sei exatamente como se sente, já passei por esse momento diversas vezes e sempre é difícil. Mas você quer ser o herói da sua história, não quer? Ser o herói não é fácil.
Bem, a decisão tinha de ser tomada, e você já decidiu. Como saber se tomou a decisão correta? Ai a coisa fica fácil: se você tomou a decisão equivocada, vai sentir um período de tranquilidade, de paz. Parece que tudo voltou ao seu lugar e você agradou as pessoas em volta. Mas no seu íntimo você sabe que não é assim. As velhas brigas vão voltar depois de algumas semanas, as mesmas frustrações, os amigos vão se afastar devagar... o mundo vai ficar sem cores. Você pode perceber isto e corrigir a sua decisão ou pode ficar nesse mundo sem cores, a escolha é sua e é respeitada (conheço vários que ficaram assim, envelhecidos antes do tempo, mas sem forças para mudar de novo).
Agora bem, se você tomou a decisão correta, depois de ouvir os gritos da sua família, do seu chefe, etc., as coisas vão começar a melhorar, primeiro devagar e depois cada vez mais rápido.
Você vai se sentir energizado e vai sentir uma nova força surgindo no seu peito: você é o Herói! Você produziu a mágica da Mudança! Suba então no seu carro e vá para frente! Agora você sabe que pode fazer a diferença, mesmo que seja uma pequena diferença. Lembre-se do que falam os mestres em Neurolinguística: o sucesso se mede em centímetros. Uma pequena diferença agora vai fazer uma enorme diferença daqui a algum tempo! Você vai descobrir que conduzir o carro do Herói não é fácil, vai ter que equilibrar vida pessoal e profissional, mas como você soube controlar as circunstâncias adversas anteriores, vai poder fazer isso agora! Você já aprendeu a falar NÃO! Agora você pode falar SIM sem medo! Ao conduzir sua vida vai sentir as forças puxando de você em diferentes direções, mas vai poder controlá-las e dirigi-las na direção correta usando sua vontade (lembra que eu disse que ia explicar como o Herói controlava os cavalos com a sua vontade? Você desenvolveu a sua vontade ao vencer o desafio da carta do Enamorado!).
Só palavras? Longe disso. Faço isto frequentemente e ensino meus alunos a desenvolver essas capacidades também. O segredo do sucesso está em sermos senhores das nossas decisões. Lembre-se: ser o Herói é tarefa diária. Todos os dias vão existir decisões e você vai ter que estar à altura. Mas não era isso o que você queria?
Bem, se você conseguiu passar pela Ordalia da tomada de decisão e soube tomar as rédeas do carro, você tem fibra para Mago! Acompanhe-me, vamos entrar no campo da Terceira Transformação. Ela foge às experiências comuns, mas você já deixou de ser uma pessoa comum, você já é o Herói da sua Lenda Pessoal!